09/05/2015

70 ANOS DA VITÓRIA NA GUERRA CONTRA O NAZI-FASCISMO

Estão a comemorar-se os 70 anos da rendição incondicional da Alemanha nazi ao exército vermelho.

No dia 9 de Maio de 1945 o comando das forças alemãs assinava a rendição incondicional.

Não podia fazer outra coisa, 2 dias depois do suicídio de Hitler e quando o exército soviético (conhecido como exército vermelho) tomava de assalto Berlim, abafando o último suspiro desesperado dos nazis.

Desde 22 de Junho de 1941 que as forças do Eixo - com 3,5 milhões de homens e 180 divisões mecanizadas - invadiram pelas 3 frentes norte, centro e sul o território da então URSS, cercando Leninegrado/S. Petersburgo que nunca se rendeu e teve 1,5 milhão de mortos (metade dos seus habitantes) devido à falta de abastecimentos e ao frio, ganhando os nazis numa 1ª fase sucessivas batalhas (em Minsk e Kiev os russos, bielorussos e ucranianos, perdem cerca de 1 milhão e meio de soldados; na ofensiva nazi em direção a Moscovo os russos perdem 650.000 homens; e nas muitas outras batalhas como Sebastopol e Odessa - Crimeia -, Estalinegrado/Volvogrado, Rostov , etc. os soviéticos têm perdas com números semelhantes, entre soldados mortos e capturados).



Mas a resistência dos povos integrados na então URSS foi encarniçada, contrariamente ao que esperavam os lideres nazis.  Infelizmente, então  por causa da Guerra Fria, hoje pela tentativa de isolar a Rússia de Putin que recusa o dictat americano, os média ocidentais mantêm viva a ficção de que a guerra se desenrolou sobretudo no ocidente, e quando muito no Pacífico, contra o Japão.

A verdade histórica é bem outra, como os números brutais na sua frieza comprovam: a URSS perdeu 27 milhões de pessoas naquela que os russos designam por Grande Guerra Pátria. A resistência soviética foi feita cidade por cidade, aldeia por aldeia, rua por rua, casa a casa, em muitas cidades.

Só se compreende uma resistência tão feroz e heróica, perante um exército a que nenhum outro país invadido conseguira resistir, pela quase unânime adesão do povo ao esforço de guerra.

Foram cumpridas religiosamente as ordens mais estranhas e imaginativas, como fazer inundar os diques e lagos que separam Leninegrado de Moscovo, queimar todas as colheitas e todas as casas das aldeias à medida que as forças de Hitler iam avançando, de modo a negar-lhes qualquer abastecimento, pintar e camuflar os edifícios importantes de Moscovo para parecerem herdades rurais aos olhos dos aviadores alemães, enquanto em praças vazias eram desenhados edifícios militares para enganar os pilotos.

Todas as formas foram usadas para reter o máximo tempo possível as forças nazis, esperando que chegasse o Inverno rigoroso e os apanhasse na armadilha do frio glacial russo, para o qual os alemães não vinham preparados, acabando retidos a poucas dezenas de quilómetros de Moscovo e  sofrendo uma brutal derrota na batalha de Estalinegrado, onde morreram 800.000 soldados alemães ou seus aliados, mas à custa de 2 milhões de mortos do lado soviético.

É quase impossível descrever por palavras a dimensão da tragédia sem igual que foi a 2ª guerra mundial, particularmente nos países mais devastados como a Rússia.

Não há uma única família das populações então integradas na URSS que não tivesse algum parente morto nos combates, ou em razão da fome, do frio e doença como consequências da guerra.

A impressão mais dolorosa e comovida vê-se ainda hoje nos rostos fechados dos poucos veteranos que restam ou das mulheres idosas que não conseguem conter as lágrimas perante as terríveis lembranças das brutalidades dos nazis sobre os seus próprios filhos, mães, irmãos, incluindo fuzilamentos e lançamento dos seus corpos numa vala comum como se de animais se tratasse.

Retenho as palavras dum membro da resistência popular russa, que refletem um ódio irracional mas compreensível perante a barbárie da invasão nazi: "Quando apanhavamos alguns fascistas, matavamo-los a todos a tiro, mesmo os que levantavam os braços".

Outros depoimentos: "No hospital de 1ª linha de Moscovo.... os feridos entravam em comboios contínuos de camiões por um portão e, depois de lavados e operados nos casos mais urgentes, saiam por outra em contínuo para hospitais da retaguarda 24 horas por dia ... Os homens eram tão corajosos, que os feridos nas pernas se levantavam e andavam, enquanto os feridos nas mãos mostravam que podiam mexer os dedos, todos  reclamando voltar para a frente de combate".

VIDEO DO CANAL 'RUSSIA TODAY' (em língua Castelhana):
A BATALHA POR MOSCOVO - DEFENDER ATÉ À MORTE





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