11/10/2015

Eleições - DERROTA CLARA DA DIREITA

CAMPANHA FRENÉTICA DE INTOXICAÇÃO MEDIÁTICA

Apurados os resultados, com exceção da emigração, há que tirar as devidas ilações.
                        
Desde a noite das eleições que os media (todos, praticamente, controlados pela direita e pelo sistema) não param de manipular grosseiramente dando a direita como vencedora, visando impor um governo minoritário vencido nas urnas.

Os partidos da esquerda - para não variar - não respondem à altura
a mais esta brutal investida, dando o devido combate ideológico.

RESULTADOS ELEITORAIS EFECTIVOS
 
Os resultados efetivos são apresentados pelos media "a granel"
e em caracteres pequenos, sem tratamento político,
de forma a confundir uma opinião pública despolitizada e dependente.

As conclusões não podem ser  baseadas numa aritmética falseada e primitiva de "primeiros" e "segundos", como se de um torneio de futebol se tratasse.

Os números têm de ter um tratamento político, analisando os projectos em jogo nestas eleições, nomeadamente - embora a direita tudo tenha feito para desviar daí as atenções - o facto de estar em julgamento uma política seguida pela coligação PaF ao longo de 4 anos, baseada numa austeridade suicida que semidestruiu o país e assaltou as classes médias/baixas, e cujo única lógica é a da economia de casino submissa aos grandes interesses mundiais - lógica que começa finalmente a ser assumida pela imprensa do sistema - baseada na captação de capitais que fogem aos impostos ou que visam a lavagem (provenientes da corrupção e de negócios ilegais).


Capa do Expresso Economia desta semana

Façamos então o tratamento político dos dados, desmontando a frenética campanha de intoxicação em curso.

PRIMEIRO – A direita coligada deixou de ter maioria na Assembleia da República (AR). A coligação PSD/CDS (PàF) terá obtido 38,6% dos votos expressos,  podendo obter 106/107 deputados dos 230 que compõem a AR. Portanto longe dos 9/10 deputados  suplementares que precisaria para ter a maioria.

SEGUNDO – A esquerda passou a ser maioritária na AR como consequência da ampla maioria de votos no País, com 32,5% no PS, 10,5 % no BE e 8,5% na CDU.
Os três somam cerca de 51% de votos e 122/123 deputados. 
Se a esses somarmos os votos dos micropartidos com votações em torno de 1% ou menos que contestam também à sua maneira a política seguida pela direita (PDR, MRPP, Livre, Agir, etc.) a votação em partidos ditos de esquerda ultrapassará os 56% dos votos.

TERCEIRO – A abstenção subiu ligeiramente, cerca de 2%, em relação às anteriores eleições homólogas,  predominando nas zonas rurais e na emigração. Alguns estudos apontam no entanto dois factos relevantes:
a) A existência em torno de 1 milhão de “eleitores-fantasma”, que morreram ou emigraram mas não foram abatidos aos cadernos  
b) O aumento da abstenção é praticamente igual ao nº de emigrantes permanentes dos últimos 4 anos IMPEDIDOS de votar pela burocracia dos consulados (e da estrita responsabilidade do governo) ou cujo voto foi anulado por chegar fora do prazo sem responsabilidade dos votantes.
A estes factos, que constituem fraude no sentido objectivo, há que somar as fraudes intencionais cometidas por indivíduos que, aproveitando-se das confusões nos cadernos, votaram em nome de supostos ausentes e das quais há já reclamações em investigação.
único micropartido que conseguiu eleger um deputado foi o PAN.

QUARTO – Os factos do ponto anterior constituem uma derrota para os que apelavam à abstenção ou ao voto nos pequenos partidos irrelevantes. Sinal que a demagogia não compensa, desde que se lute contra ela de forma consequente.

abstenção (fraudulenta ou não) e a dispersão à esquerda não deixaram no entanto de dar uma mão à coligação de direita. Sem elas o PS teria ficado com mais votos que a coligação PàF e não assistiríamos à tentativa frenética de manipulação  em curso que não se cansou toda a semana de abrir noticiários impingindo despudoradamente a suposta vitória da coligação de direita.

QUINTO – A esquerda venceu em todas as zonas predominantemente urbanas, na maioria delas mesmo com uma maioria esmagadora em relação à direita.
Como é patente nos distritos e cidades de Lisboa, Setúbal, Coimbra e Faro, onde a direita fica muito abaixo da média nacional.

No conjunto de 29 núcleos urbanos  analisados acima - justamente os mais povoados do País - apenas em 3 deles a direita conseguiu ascendente sobre a esquerda

Recordemos um dado da História: em todas as mudanças de regime - guerras liberais, revolução republicana - a oposição firmou-se primeiro nas principais cidades para depois tomar o país.

Uma lógica que decorre de as populações urbanas serem mais informadas e menos manipuláveis. Apesar de hoje em dia a manipulação já não vir apenas de caciques locais mas também dos media (particularmente TVs), tanto nas zonas rurais (população envelhecida confinada à casa), como urbanas (massificação, individualismo crescente).
Facto que ainda valoriza mais a vitória da esquerda em Portugal.


Sem comentários:

Enviar um comentário