26/03/2016

PARIS-BRUXELAS: A QUEM INTERESSA O TERRORISMO ?

Ainda sob o impacto do terror, particularmente impressivo nos diretos de canais franceses e belgas, com o precedente de Paris a permitir uma melhor leitura...

Desde ações terroristas aparentemente atribuíveis a jihadistas muçulmanos fanáticos
Até à aceitação pelo público europeu duma nova ordem mundial militarizada e dominada
por estruturas centrais sem controle - vai um pequeno passo.


...é  possível apurar alguns dados:

- Alguns dos executantes têm ligações directas familiares e pessoais entre si na vida civil e estarão ligados tanto aos atos terroristas de Paris como de Bruxelas

- Estão identificados vários dos autores dos atentados de Bruxelas, dois deles os irmãos Bakraoui, cabendo ao Ibrahim explodir-se no aeroporto de Zaventem e ao Khalid na estação de Maelbeek; o outro homem que se fez explodir no aeroporto é Najim Laachraui, que fez as bombas tanto de Paris como de Bruxelas e alugou a casa de Auvelais, no sul da Bélgica, onde foi preparada a operação de Paris

Laachraui foi para a Síria em fevereiro de 2013 e era procurado desde dezembro; em setembro, passou pela fronteira austro-húngara sob a identidade falsa de Soufiane Kayal, na companhia de Salah Abdeslam e de Mohamed Belkaid, o outro membro do grupo, um argelino abatido pela polícia no bairro Forest, de Bruxelas

- Os executantes do atentado do aeroporto, paradoxalmente, foram diretamente de táxi desde a casa alugada para o local do atentado, deixando malas-bombas e vário material para explosivos o que denota precipitação; deixaram também abandonado num contentor de lixo o computador dum dos irmãos que manifestava nervosismo e receio de ser preso "tal como ele" - referindo-se provavelmente a Abdeslam

- Este elemento do grupo, Salah Abdeslam, fora preso cinco dias antes numa operação no bairro de Forest, sendo dois outros elementos abatidos na altura; tudo indica que esta operação policial precipitou os atentados, que já estariam em preparação há meses

- Fayçal Cheffou, jornalista free-lancer de temas muçulmanos, foi dado, com base no depoimento do taxista, como o terceiro terrorista do aeroporto de Zaventem, aquele que fugiu sem explodir a carga, desconhecendo-se de momento a razão da fuga; curiosamente, Faiçal foi preso à saída do edifício do Ministério Público belga mas posteriormente libertado por se ter concluído ser inocente, o que mostra muita desorientação e falta de informação suficiente por parte das autoridades

- A Bélgica parece ser a nível europeu um país preferencial no recrutamento para o jihadismo devido à presença dum forte contingente de muçulmanos vivendo em regime de ghetto, manifestamente desintegrados e rejeitados pela população tradicional. Mas é a meu ver um erro crasso estabelecer uma relação de causa direta entre estes problemas sociais e os atos e redes terroristas. Quem o faz presta um bom serviço político aos verdadeiros mentores deste tipo de terrorismo.

QUE LÓGICA POLÍTICA EM TUDO ISTO?

A escolha de Paris e de Bruxelas como alvos, assim como o facto de não existirem praticamente ações bombistas noutros países - que supostamente para um jihadista seriam alvos principais - estando mesmo alguns desses países a bombardear o Daesh - mostra que a UE é o verdadeiro alvo político de quem está por detrás dos grupos bombistas, a manipulá-los na sombra; aliás, bem no topo da pirâmide, as verdadeiras cabeças estão protegidas nos seus gabinetes dum edifício luxuoso duma qualquer capital ocidental ou do Médio-oriente.

Um outro facto causa interrogações na própria imprensa belga e ocidental: a falta de eficácia das polícias europeias, em particular das francesa e belga; apesar de terem identificado suspeitos deste grupo operacional há meses, deixaram-nos movimentar à vontade pela Europa (como se vê no relato acima) a prepararem tranquilamente o atentado seguinte.

Será apenas incompetência ou há fatores paralisantes mais graves, como infiltrações nas cúpulas policiais e políticas?

Também interessante é o alarido feito agora pelo nefando Erdogan, da Turquia  - responsável por ataques recentes às forças que combatem efetivamente o Daesh (curdos, sírios e russos) enquanto se acumulam provas do envolvimento da Turquia e da NATO no apoio logístico a esse mesmo Daesh através do fornecimento do mais diverso material e da compra de petróleo ao grupo terrorista.

Não é credível que esta óbvia conivência da Turquia com o Daesh seja apenas fruto de interesses hegemonistas regionais da Turquia de Erdogan, e que a NATO, de que a Turquia é um importante membro na região, não tivesse capacidade de o persuadir a alterar a sua postura caso tivesse real interesse. Uma NATO muito ativa quando se trata de atacar os interesses russos ou regimes como o de Kadafi ou o de Al Assad, mas estranhamente paralisada e ambígua quando se trata de meter na ordem Erdogan ou o próprio Daesh.

Muito estranho também o silêncio de Israel e da Arábia Saudita no auge da guerra síria, enquanto as cúpulas do Pentágono subitamente mostram preocupação em propagandear uma pretensa eficiência contra os terroristas no Iraque e na Síria, eficiência que nunca tiveram nos dois anos precedentes.


A ANÁLISE AO PLANO DESTABILIZADOR DA EUROPA TEM QUE SER GLOBAL

Ficam por explicar ligações doutras "pontas" como a vaga de emigrantes, o papel da srª Merkel que apelou à sua vinda, e da Turquia que os estimulou a invadirem a Europa e agora consegue um acordo trilionário promovido pela mesma Merkel.

Haverá ligação destes factores perturbantes da estabilidade europeia com o esquema terrorista, igualmente perturbador dessa estabilidade?

Assim como da campanha que já circulava na Internet contra os muçulmanos ainda antes da grande vaga de refugiados e que claramente era manipulada por centrais de intoxicação internacionais, em textos e imagens muito bem elaboradas também em Português, e reencaminhados por pessoas ingénuas (ou não).

Uma propaganda tão invasiva nunca poderia ser espontânea nem ter origem local, se olharmos à sua qualidade técnica e à presença persistente e sistemática nas chamadas redes sociais, e ao facto de não haver presença relevante de comunidades islâmicas e muito menos ações terroristas em espaços lusófonos que de perto ou de longe a motivassem.
Ver exemplo dessa propaganda AQUI.

Uma questão se impõe: quem tem interesse nestes atentados? 

Seguramente, aquelas forças que querem transformar a Europa num espaço acéfalo e acrítico, cujos povos se submetam ao medo e aceitem todo o tipo de controles e um sistema de governo centralizado e opaco - mesmo que camuflado atrás dum discurso pseudo-liberal de tipo federalista ou outros discursos europeistas e transatlânticos que dão muito jeito porque douram a pílula das verdadeiras intenções - abdicando os povos do que lhes resta de soberania e liberdades fundamentais em nome da segurança, agora ferida de morte nos atentados.

MENOSPREZAR A GUERRA IDEOLÓGICA E PSICOLÓGICA SERIA IDIOTA

Não por casualidade somos "bombardeados" simultaneamente por mensagens subliminares como em mais uma superprodução estreada recentemente, Assalto a Londres London has fallen. Deve ser coincidência tais filmes aparecerem justamente a seguir aos atentados de Paris e antes dos de Bruxelas. A programação em Hollywood é feita com muitos meses ou anos de antecedência. No filme os terroristas e seus líderes máximos têm todos fisioniomias árabes ou iranianas e vivem no meio de velhas medinas tomando chá;  a história é a dum assalto terrorista em larga escala a uma cidade europeia, no caso Londres, coordenado no topo por um "poderoso" e enigmático traficante de armas, algures no meio duma cidade poeirenta e antiga do Médio-Oriente muçulmano.

De notar que este filme faz parte duma série iniciada em 2013 com Assalto ao Olimpo, tendo exatamente os mesmos roteiristas e elenco, e o fabuloso arsenal técnico e humano de Hollywood posto ao serviço duma ideologia e quiçá mesmo dum plano, se olharmos às datas de eventos mundiais relacionados.

No caso do primeiro filme da saga o foco era um suposto assalto norte-coreano à sede oficial do "poder imperial", a Casa Branca, em Washington D.C.

Se pesquisar no Google vai ver que as datas coincidem: o 3º ensaio nuclear norte-coreano (o mais potente, e o primeiro sob a presidência Kim Jong-un, o que causou maior reação do Pentágono), em 12 fevereiro 2013Olympus has Fallen, lançado em Março 2013;

Que original...  E "nada a ver" com a agenda do combate ao Eixo do Mal segundo definição do Pentágono, claro. 

Tudo factos "nada  intencionais" nos timings e temática.



Fontes: Sites on-line através do Google; TV5 Monde, TVFB, TVSuiça, BBC, AlJaZeera

1 comentário:

  1. O mais esquisito é a dificuldade da generalidade das pessoas em relacionar o terrorismo com o seu verdadeiro autor moral, o imperialismo e a NOM

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